Sem querer me intrometer | Mariana Baptista

Resenha: Em Outrolugar | Gabrielle Zevin



Título: Em Outrolugar
Original: Elsewhere
Autor: Gabrielle Zevin
Editora: Rocco
Páginas: 333
Avaliação: ★★




Um paraíso onde reina a quietude e a paz, a brisa é leve, o clima é quente, as praias são maravilhosas e ninguém fica doente nem envelhece. Assim é Outrolugar, local onde Elizabeth Marie Hall, ou simplesmente Liz, de apenas 15 anos, vai parar – depois de morrer! Lá, ela vai rejuvenescer desde o dia de sua morte até se tornar novamente um bebê e voltar à Terra. Liz, no entanto, não quer fazer 14 anos de novo, e sim comemorar seu aniversário de 16, quer tirar carteira de motorista, se formar na escola, ir para a faculdade, continuar andando e não voltar a engatinhar – enfim, uma vida diferente dessa às avessas que ela está sendo obrigada a viver e com uma avó que acabou de conhecer. Como aceitar esta nova trajetória? Este é o mote do premiado Em Outrolugar, da escritora e roteirista norte-americana Gabriele Zevin, traduzido para 17 idiomas. 

     Li Em Outrolugar há alguns meses e desde então fiquei pensando se deveria resenhar a obra aqui, ou não. Minha dúvida quanto a realizar a resenha se deu devido ao fato de eu ter me decepcionado um pouco com o livro.
     Em Outrolugar, como vocês puderam perceber pela sinopse, apresenta uma estória realmente inovadora, porém, acredito que foi mal desenvolvida, tornando a leitura bastante previsível.

     Elizabeth Marie Hall, era como qualquer garota normal de 15 anos. Apaixonada por aulas de biologia, sua família (incluindo seu irmãozinho super simpático, Alvy) e sua cachorrinha Lucy. Tudo ia bem. Liz estava prestes a completar 16 anos e tudo ia mudar (caso não saibam, nos Estados Unidos os jovens podem dirigir a partir dos dezesseis, e esse era um grande sonho de Liz). Até que um dia, em um acidente, Liz foi atropelada e morreu.

ENTÃO VOCÊ ESTÁ MORTO, E DAÍ?
O Gabinete de Adaptação está aqui para ajudar. Capítulo Um círculo e uma linha, pág. 87

     Após sua morte, Liz (ou melhor, sua alma) muda-se para Outrolugar, um lugar onde as almas das pessoas mortas aguardam até que possam retornar à Terra, reencarnando. A personagem principal passará 15 anos em Outrolugar (o mesmo tempo que viveu) e ao invés de envelhecer, ficará cada vez mais jovem.

     Ao chegar em sua nova morada, Liz tem a chance de conhecer sua avó Elizabeth (sim, elas são xarás!), que morreu muitos anos antes. Betty já está estabelecida em Outrolugar, então se torna responsável por situar Liz em sua nova "vida". Porém, é evidente que Liz não está aceitando muito bem esse negócio de "morrer"! Então, o livro, no início, se foca em mostrar a superação de Liz, que passa várias e várias horas observando sua família e amigos na Terra (por meio dos observatórios de Outrolugar) e planejando sua fuga para tentar se comunicar com seus entes queridos (tornando-se, dessa forma, um fantasma).

     Com o passar do tempo, Liz começa a se entregar a Outrolugar. Lá ela faz novas amizades, aproxima-se de sua vó (única família que lhe resta), descobre novos talentos (que só eram possíveis naquela dimensão) e até entrega-se à um novo amor, com Owen, que assim como Liz apresenta dificuldades para se desligar de sua ex-vida na Terra.
     Juntos, eles são realmente muito cativantes. O grande problema de toda a trama, é que sabemos desde o início como será o fim: virar um bebê e retornar a Terra. E até chegarmos nesse fim, cuja proposta é mesmo ser previsível, não acontecem grandes emoções.

A impressão de Liz é que uma noite vai para cama com 14 anos e, na manhã seguinte, acorda com nove. Capítulo O tempo passa, pág. 292

    Em Outrolugar conta a estória da vida após a morte de Elizabeth em terceira pessoa. A narrativa é bem leve, o que facilita muito a leitura. No livro há momentos engraçados e tristes, mas nunca intensos, o que não causa muito gosto na leitura.
     Na minha opinião, a ideia que Gabrielle Zevin teve de criar todo esse universo fantástico é simplesmente genial, porém, gostaria de vê-la ser bem mais explorada do que de fato foi.

     Mas, mesmo com um pouco de decepção, Em Outrolugar valeu a pena por causa da mensagem fabulosa de esperança diante da morte, de consolo e de aceitação que transmite.

(...) mas acredito que coisas boas acontecem todos os dias. Acredito que coisas boas acontecem mesmo quando coisas ruins acontecem. E acredito que, mesmo num dia feliz como hoje, ainda podemos sentir um pouco de tristeza. Assim é a vida, não é? Capítulo Nascimento, pág. 330

7 comentários:

  1. Oi!
    Nunca tinha ouvido falar desse livro e não sei se leria D: É uma pena quando você se decepciona com algum livro!

    Beijos, Bianca
    http://behindenemyline8.blogspot.com.br/

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  2. Não conhecia o livro e foi totalmente uma surpresa para mim, mas achei bastante interessante a premissa e principalmente o que você citou sobre ele.
    Beijão, bom final de semana :)
    http://clicandolivros.blogspot.com.br/

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  3. Realmente ainda não conhecia o livro, primeira vez que leio sobre ele, acho que parece ser uma leitura diferente.
    Bjs
    http://eternamente-princesa.blogspot.com.br/

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  4. Oiee, Mari, tudo bem?

    esse livro realmente parece ser bem espiritual, mas não sei se eu leria o livro =(

    beijos
    Kel
    porumaboaleitura.blogspot.com.br

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  5. Não conhecia o livro
    Mas também não me chamou muita atenção
    É chato quando o livro termina assim

    Beijos
    @pocketlibro
    http://pocketlibro.blogspot.com.br

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  6. É uma história diferente né, que eu me lembre acho que nunca vi nada parecido, talvez teria curiosidade em ler exatamente por ser uma coisa diferente, mas odeio quando livros não nos motivam a terminar a leitura e pior, quando terminam dessa maneira né.

    Beijão
    Michelle Boyd
    Little Things

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  7. Bem eu acabei de ler esse livro eu achei legal o fim e quando a Thandi diz para a Liz que o Curtis Jest tinha morrido por que usava drogas, etc.
    Mas eu achei super legal a historia da Elizabeth Hall.

    Beijos
    Carmem Luisa

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