Título: Museu de Ladrões
Primeiro livro da série Os Defensores
Original: Museum of Thieves
Autora: Lian Tanner
Editora: Farol Literário
Páginas: 341
Avaliação: ★★★★★ (5/5)
Bem-vindo à tirânica cidade de Jewel, onde a impaciência é um pecado e a ousadia é um crime. Goldie Roth viveu em Jewel por toda a sua vida. Como toda criança da cidade, ela deve andar presa em correntes até o Dia da Separação, e é forçada a obedecer aos temidos Guardiões Abençoados. Quando o Dia de sua Separação é cancelado, por causa de uma misteriosa ameaça à cidade, Goldie não suporta a ideia de ser novamente acorrentada e foge para o Museu de Dunt, onde conhece Toadspit. No entanto, seus dias não serão mais calmos que antigamente. Os corredores do Museu são cheios de armadilhas e segredos adormecidos que se despertos podem acabar com a vida na cidade. Mas se você pensa que esse livro traz histórias de crianças, está inteiramente enganado. Morte, suspense e muita crueldade envolvem o primeiro volume desta trilogia, em que os protagonistas terão que provar suas habilidades e frieza para garantir sua sobrevivência.
Sei que ainda é cedo para afirmar ― afinal, acabamos de entrar em março ― mas,
para mim, 2015 tem tudo para ser o ano da Farol Literário no Sem Querer me
Intrometer. E, para você que está se perguntando o porquê de eu estar iniciando a resenha dessa forma, vou apresentar meus argumentos: após a maravilhosa e
surpreendente leitura de Não Olhe Para
Trás ― romance também publicado pela editora que logo será resenhado
aqui no blog ―, Museu de Ladrões,
primeiro livro da série Os Defensores,
abalou completamente as minhas estruturas. Fazia
muito tempo que eu não me envolvia tanto com uma leitura juvenil!
Na obra de Lian Tanner,
somos transportados para Jewel, uma cidade que, atormentada pelo medo e pânico
que marcou seu passado devido às pragas, doenças e criminosos, leva a segurança
extremamente a sério ― em principal quando se trata da proteção de suas
crianças.
Antes do Dia da Separação,
todos os jovens da cidade devem manter-se sempre acompanhados por um adulto ―
um dos pais ou dos terríveis Guardiões Abençoados ― e jamais
devem desvincular-se de suas Correntes de
Guarda (pulseiras que funcionam como uma espécie de “coleira de contenção”
para as crianças).
Goldie Roth, nossa
protagonista, nunca se conformou com sua situação. Desde que se conhecia por
gente, a garota rebelde sonhava em se ver livre das correntes que a prendiam
para poder explorar Jewel e o que a cidade poderia lhe oferecer.
Tudo parece
estar dando finalmente certo na vida de Goldie quando a Grande Protetora ―
autoridade de governo ― concede aos jovens de sua idade o adiantamento
de sua Separação, porém, após uma grande tragédia ocorrida no dia da cerimônia,
o medo volta a reinar sobre a cidade e a decisão é revogada.
O Dia da Separação! O dia em que a corrente de guarda prateada de Goldie seria removida para sempre! A partir de agora, ela teria permissão para andar sozinha pelas ruas, sem estar presa aos Guardiões Abençoados. Era como se fosse o começo de uma vida nova. Capítulo 1, pág. 9
Mas Goldie, que jamais
conseguiria conviver com a sensação de ter chegado tão perto de sua desejada
liberdade e ver-se novamente presa, consegue fugir e acaba encontrando abrigo
no estranho museu da cidade ― Museu de Dunt ―, onde é acolhida
pelos responsáveis pelo estabelecimento: Sinew, Olga Ciavolga, Herro Dan, o
jovem Toadspit e seus atípicos animais de estimação, Broo e Morg.
Com o tempo, se torna
óbvio que o Museu de Dunt não é apenas um lugar qualquer. Seus mistérios e
peculiaridades são muito maiores e surpreendentes do que Goldie poderia
imaginar e, diante disso, o fato de ela ter sido recebida e aceita naquele
local demonstra que a própria jovem tem mais segredos e habilidades do que se é
conhecido.
(...) Mostrou a ela como lidar com seu medo.
― Não tente fazer com que vá embora ― ele disse. ― Se você lutar contra ele, faz com que fique mais forte. Você precisa cumprimentá-lo com educação, como um primo indesejado. Não pode fazer com que ele a deixe sozinha, mas pode fazer o que é necessário, apesar dele. Capítulo 14, pág. 147
Enquanto a narrativa em terceira pessoa se
desenvolve, o leitor conhece cada vez melhor a história de Jewel e aprofunda
seus conhecimentos acerca do papel importantíssimo do museu para o mantimento
da ordem na sociedade. Com várias revelações extraordinárias espalhadas por
suas páginas, Museu de Ladrões entretém do começo ao fim com uma estória
repleta de aventuras, intrigas e perigos.
A editora Farol Literário
potencializou ainda mais a qualidade do livro com uma revisão impecável e
diagramação brilhante. Os detalhes envelhecidos da capa e as ilustrações de cada um dos personagens que
acompanham as mudanças de capítulo são belíssimas e aproximam o leitor ainda
mais da trama.
Eles tentaram paralisar a vida. Eles queriam estar completamente seguros e serem felizes o tempo todo. O problema é que o mundo não é assim. Não é possível que montanhas altas existam sem vales profundos. Não é possível ter grandes alegrias sem grandes tristezas. O mundo nunca está imóvel. Passa de uma coisa à outra, para frente e para trás, como uma borboleta que abre e fecha suas asas. Capítulo 20, pág. 215
Parece realmente um bom livro e bem original. Gostei da sua resenha.
ResponderExcluirbeijos.
http://lugaaraosol.blogspot.com.br/